Fuxicando sobre Chick-lit: Perdida - Carina Rissi

Acho que a Carina deveria escrever mais chick-lits e que eles possam se encaixar nas regras no desafio porque esse é o segundo livro dela que eu leio para o desafio, e o segundo que termino antes do prazo, de tanto que gosto.  E em outubro, como é aniversário da Pah , da Aione e o meu, então o tema é livre, e eu escolhi, mais certeira que nunca, Perdida da Carina Rissi. Não sei se vocês se lembram, meu encantamento por Procura-se um marido dela foi de imediato, eu amei o livro logo nas primeiras linhas, e não foi diferente com Perdida. É um livro extremamente doce, engraçado e real, mesmo se passando naquelas situações, mas que conseguiu me comover e prender minha atenção durante a leitura. Carina escreva mais livros assim por favor!!

Sofia vive em uma metrópole, está habituada com a modernidade e as facilidades que isto lhe proporciona. Ela é independente e tem pavor a menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são os que os livros lhe proporcionam. Mas tudo isso muda depois que ela se vê em uma complicada condição. Após comprar um novo aparelho celular, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século XIX, sem ter ideia de como ou se voltará. Ela é acolhida pela família Clarke, enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de voltar para casa. Com a ajuda de prestativo Ian, Sofia embarca numa procura as cegas e acaba encontrando algumas pistas que talvez possam leva-la de volta para casa. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos...

Eu nunca, em toda minha vida, ouvi as palavras “delicada” e “Sofia” usadas numa mesma frase. Geralmente era desajeitada, atrapalhada, desatenta acompanhadas por Sofia. Essas sim, ouvi milhares de vezes.

Sofia é uma jovem de 24 anos que trabalha em um escritório e odeia seu chefe, que a trata como uma qualquer. É viciada em tecnologia, e não vive sem computador, celular, e as facilidades do mundo moderno. Não gosta de baladas e prefere ficar em casa vendo filmes e lendo livros sobre histórias de amor que aconteceram há muitos anos atrás. Tem uma melhor amiga chamada Nina, que é toda espevitada e a melhor companheira que Sofia poderia escolher. Um dia, Nina convence Sofia a ir com ela, o namorado e alguns amigos para um barzinho, comemorar o futuro casamento de Nina. Sofia exagera um pouco, acaba bebendo demais e derruba o celular, com tudo, desde fotos, músicas e contatos na privada. No dia seguinte, com uma ressaca de lascar, ela resolve que precisa de outro celular, vai até um loja especializada e uma estranha vendedora mostra a Sofia um aparelho novo, último modelo, com apenas um exemplar, ela não resiste e acaba comprando o celular. Poucos minutos depois Sofia vê um clarão sair do celular e volta ao ano de 1830. 

Perdida, ela conta com a ajuda de Ian, um prestativo jovem, solteiro, que acolhe Sofia em sua casa. Lá ela conhece Elisa, a irmã adolescente de Ian e sua inseparável amiga Teodora. Sofia começa, depois de um telefonema da estranha vendedora, a aceitar sua situação e procurar por pistas que possam a levar de volta ao século XXI, mas enquanto isso, Ian tentar ajuda-la, emprestando roupas e acessórios estranhos para que sua hospede se pareça um pouco mais como uma garota daquela época, isso inclui vestidos longos, mangas bufantes e uma postura ereta. Sofia não consegue entender como tudo isso está acontecendo e procura desesperadamente por pistas para ir logo para casa, mas enquanto o bendito celular não toca de novo ela resolve descobrir como irá fazer para sobreviver sem gelado, sem banheiro, sem condicionador e sem Nina.

—Então, eu tô lisa! — com certeza a Mastercard não teria colocado uma máquina de cartão de crédito no atelier da madame sei-lá-oque. — Como é que eu vou pagar pelo vestido amanhã? — eu disse, mais para mim mesma.

A mocinha começa a descobrir com os poucos, mas necessários recursos que o século XIX permite, a viver como uma jovem exemplar, mas não abre mão por nada de seu confortável allstar vermelho. As gírias também não vão embora e aos poucos ela vai se deixando envolver pelo lindo e másculo Ian Clarke. Sofia nunca havia se apaixonado na vida, ela preferia os romance de Jane Austen, portanto foi muito bom ver como aos poucos ela ia deixando que o simpático homem de dois séculos atrás ganhasse o seu coração.  E ela não se envolve somente com Ian, mas com todos os empregados da casa também, e principalmente com Elisa, a doce irmã Clarke. 

Ian era bacana. Quem imaginaria que um homem pudesse ser tão gentil com uma desconhecida? Bem, ser gentil com uma desconhecida sem ter a intenção de levá-la pra cama. Eu não conhecia mais nenhum.

As cenas mais engraçadas aconteceram com Sofia, seu vocabulário e pensamentos, modernos demais para aquele século, rendeu ótimas risadas, e eu consegui imaginar, uma jovem tão moderna quanto Sofia, sofrendo no passado sem suas ''modernidades''. Ian também me surpreendeu, ele, apesar de conservador, se mostrou um cara com a mente aberta, sempre sofrendo para entender Sofia, o que o deixou ainda mais encantador. O romance entre eles também aconteceu e uma forma muito gostosa, aos poucos, nada surreal, além da viagem ao tempo, aconteceu e eu sempre ficava me perguntando o que aconteceria ao casal, já que uma hora ou outra, na minha opinião, Sofia ia acabar voltando pra casa. Acho que esse mistério foi essencial, e o que me motivou a terminar a leitura o mais rápido possível. 

É um ótimo livro para sair de uma ressaca literária, leve, divertido, sem enrolação e com uma boa dose de tudo que a gente ama! Carina já entrou para a lista de autores preferidos, eu já havia me apaixonado por Alícia e agora me apaixonei por Sofia, acho que juntas elas poderiam dominar o mundo.

Título Original: Perdida - Um amor que ultrapassa as barreiras do tempo
Autor: Carina Rissi
Data de Publicação: 2011
Número de Páginas: 364
Editora: Verus